terça-feira, 19 de março de 2013

Pointing everything



Já fui bem mais insano do sou hoje. Como tenho muita sorte, continuo vivo. Quando a insanidade era total eu tinha um Passat GTS Pointer 1985 cinza chumbo, que sucedeu meu querido Gol GT 1984 - o primeirão, aquele de quatro marchas.

Comprei o carro lamentando muito perder a vivacidade do GT vermelho mas me surpreendi porque o GTS andava ainda mais, freava melhor, era menos arisco, muito mais confortável e, melhor de tudo, não chamava atenção.

Nessa época vários amigos meus tinham Pointer. Só da cor do meu tinha mais dois. A eles se somavam um vermelho, um preto e um verde fake. Fake porque era um Passat comum, com motor 1600, montado com todos os adereços do Pointer.

Os donos dos Pointer cinza chumbo, não por acaso, eram instrutores do Curso Marazzi de Pilotagem. Botávamos nossos Passat pra ralar na pista sem piedade, quase toda quarta-feira. O meu, claro, era o mais malhado porque sempre achei legal andar escorregando mesmo que isso implicasse numa pequena perda de tempo por volta. Bastava meter 40 libras de pressão nos pneus, trocar o gicleur do segundo corpo do Solex 2E por um um pouco maior e tava feita a festa.

O truque da pequena modificação no Solex 2E eu nunca contei para meus colegas instrutores: além do gicleur um pouco maior, alterei o tempo de abertura do segundo estágio, que era comandado à vácuo, retirando uma pequena restrição que tinha no tubo de entrada da cápsula do vácuo.

Mas legal mesmo eram os pegas outlaw na rua. Normalmente nas frias madrugadas paulistanas, na Marginal do Rio Pinheiros. Invariavelmente o Pointer preto se mandava na frente, deixando os outros embolados um pouco atrás. O piorzinho era o verde fake.

Mas esse eu ajudava.

O parachoques dianteiro dos Passat é levemente bicudinho. O do meu não era. De tanto ajudar o Passat Pointer verde fake nos pegas, empurrando-o maldosamente, acabou ficando reto e encostado no painel frontal. Não era incomum empurrar esse Pointer verde fake até uns 160 km/h.

Update: não quis procurar foto de propósito. Se vocês tiverem alguma boa sugestão, me mandem que eu publico aqui.

2 comentários:

  1. Cara, eu devia ter te conhecido na década de 80/90. Nessa época a gente tinha uma turminha que adorava isso de fuçar nas carangas. E, claro, o fuçador-mor não podia ser outro que não o Tchelo. Ele tinha um Passat LS branco 76, motor 1.5 md570 (acho) que ele deu uma mexida no bura, colocando (snme) o bura do Pointer, tirando o acionamento à vácuo do segundo estágio e adaptando um acionador mecânico que ele conseguia regular qdo iria entrar em ação. O irmão dele, Naná (aka Fernando)tinha um Pointer GLS vinho/grená, acho que 86 ou 87, que também era show. Íamos para a praça Panamericana no Bobs juntar a galera, vários Opalas e coisas do gênero, para, no início da madrugada ir para o "tapetão da marginal" (trecho próximo à ponte do Morumbi que na época era um tapete) botar as carangas pra ralar. Nunca fui de tirar racha, mas ia com os amigos para papear. Meu negócio era fazer curvas.
    Um dia desses vamos ao Tchelão pra conversar sobre isso. Ele te conta as presepadas da época.

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  2. Bons tempos. Bem mais divertidos que os atuais.

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