segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Audi A3


Em frente à minha garagem, tão vermelho quanto meu velho BMW, estaciona um sedan praticamente do mesmo porte fabricado pela concorrência, com exatamente a mesma capacidade cúbica, duas marchas, uma turbina e uma embreagem a mais, e um pedal a menos no cockpit.

Uma embreagem a mais? O Audi A3 com o qual eu andaria mais de 700 km nos próximos dois dias conta com uma caixa de câmbio DSG munida de duas embreagens, uma lidando com as marchas pares e a ré e a outra com as marchas ímpares. Um brinquedo eficiente e interessante, como veremos a seguir.

Carros alemães, desde muito tempo, usam "um Irineu" como medida ergométrica unitária padrão. Em todos, sem exceção, me adapto rápida e facilmente. Com o A3 não aconteceria de outro modo.

Os comandos, todos, são intuitivos e estão onde deveriam estar. Não precisei ser briefado e nem ler o manual antes de sair com o carro. De cara percebe-se o acerto no downsizing adotado pela Audi. Um pequeno motor de quatro cilindros equipado com uma pequena turbina, que lhe acrescenta, estimo, uns 40 hp e uns 7 kgf/m (tomando como referência o B42M18 de 140 hp e quase 18 kgf/m que equipa o meu E36. Donos de BMW os classificam por siglas, quase sempre).

Mas o que é notável mesmo no carro? Era o que veríamos a seguir:

Embreagens são componentes instalados entre o câmbio e o motor de um carro e são de difícil manutenção ou troca, já que ou o motor ou o câmbio tem que ser retirado para que se lhes acessem seus componentes. Qual não será o trabalho necessário para trocar dois conjuntos de embreagem, então? E não somos nós que comandamos o funcionamento delas porque nem tem o pedal da esquerda no carro (claro). Uma delas está sempre acoplada, mantendo o próximo par de engrenagens à postos. Tem ainda o sistema que emula o creeping, que é o avanço lento do carro estando drive (ou 1ª ou 2ª) engatada, à custa de um leve deslizamento do disco da respectiva embreagem. Como se isso não bastasse, trocas de marcha suaves feitas em condução tranquila e civilizada são sempre acompanhadas de leves patinadas, ou, do acoplamento lento dos discos aos platôs, para garantir um ride suave e sem trancos.

Interessante tentar imaginar a quantidade de passos nos algoritmos dos programas de gerenciamento do ótimo câmbio do carro.

O número de marchas me parece exagerado porque a curva de torque do motor é plana e é abundante desde pouco antes da agulha do tacômetro atingir as 2.000 rpm. Mais um caso em que o marketing deve ter atacado a engenharia...

Alternei o programa de gerenciamento do câmbio (tem botão exclusivo para isso no volante. Muito chique) diversas vezes até concluir que os dois extremos são os mais legais. O modo efficiency, que faz com que as trocas de marcha aconteçam a giros abaixo de 3.000 rpm é o mais tranquilo e também o que propicia mais economia de combustível até mesmo por simular o recurso da roda livre dos DKW a dois tempos da década de 60 do século passado. Em algumas situações o sistema de gerenciamento acopla as duas embreagens deixando o carro "na banguela", situação em que se nota os ótimos trabalhos dos departamentos  de aerodinâmica, de calibragem das suspensões e do fornecedor dos pneus porque o carro demora muito a perder o embalo equanto aparece a frase "ponto morto" no monitor do computador de bordo e a agulha do contagiros aponta para menos de 1.000 rpm.  E o modo manual, com acionamento por borboletas atrás do volante (ou alavanca no console, mas ninguém vai usar isso, acho eu) é muito melhor do que um Logitech G27 gamer. O sistema de gerenciamento providencia inclusive as aceleradas intermitentes nas trocas de marcha descendentes.

O resto acompanha o bom nível do power train. Se o carro não for provocado ao extremo é muito difícil dizer se é FWD, RWD ou AWD, de tão bem acertado e preciso que é.


Se o tanque de combustível fosse instalado entre as pernas do motorista, o confortável sedan poderia muito bem ser confundido com um kart.

N. do A.: Considerações sobre facilidade de pareamento do telefone esperto com  a central multimidia, tamanho do porta malas, tipo da costura dos bancos de couro, espessura do carpete, imponência, presença, design, faróis de led, xenônio, laser ou carbureto tem aos montes em outras avaliações feitas por outras pessoas e recomendo fortemente suas leituras.

N. do A. complementar: O carro anda uma barbaridade, tem um pequeno, aceitavel mas sempre presente lag entre o ato de pisar no acelerador e o ato da turbina começar a soprar com pressão maior que a atmosférica e é tão econômico quanto um carro moderno de 1.000 cc, nas condições e nos lugares em que sempre os dirijo. 

A segunda classe, digo, os ocupantes do banco traseiro contam com tomada 
de 12 V, saídas individuais de ar condicionado e espaço para esquecer
jornais e revistas.

O carro, claro, é bem acabado. Mas custa mais de R$ 140.000,00.

No meio, o computador de bordo. Se só mostrasse o consumo
intantâneo já tava de bom tamanho. O termômetro e o
instrumento que marca a quantidade de combustível no tanque
usam barras de led mas são precisos.

Tem paddle shift atrás do volante, o que 
torna quase inútil a alavanca do ótimo 
câmbio DSG no console.

O sistema de ar condicionado é fantástico. Não sei dizer se
rouba muita potência do motor graças ao clima sempre quente.

Um teto solar tendo ao fundo uma paisagem bucólica.

Muito útil a rede que levanta automaticamente ao se comandar
a abertura do teto solar. Não entra vento nem mosquito dentro
do carro.

Porta-malas suficiente.

A caixa do filtro de ar (à direita na foto) é quase tão grande
quanto o cabeçote do excelente 1.8 TFSI.

sábado, 27 de setembro de 2014

This I like

Garimpo do "rockawilly" William Rotea.

1963,5 Ford Galaxie For Sale

Tem aqueles programas pagos em canais de TV cuja finalidade é vender carros usados, que são divididos entre semi-novos e usados propriamente ditos no jargão das mocinhas e mocinhos vendedores que dificilmente sabem o que estão vendendo a não ser que devem apelar pra mudança de status do comprador e mandar um indefectível "Vem!" ao fim de cada apresentação.

Tem disso na America também, mas os carros...

Esse aí embaixo, um Galaxie five hundred, é oferecido por uma loja que faz uso inteligente do Youtube. Né não?



 

F5A, 1978

Tem post aqui que mostra o F5A andando bem, mas não com o Emerson guiando. Injustiça reparada.

Alá:

Kart!



A dica fantástica desse filmete é do Fernando Ribeiro, um kartista/artista de respeito. O cara que me ensinou os rudimentos da pilotagem desses micromonopostos tá aí também. É o Waltinho Travaglini.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Old Top Gear - BMW 3-Series Compact E36 Review


Reviews são interessantes. Expressam mais a opinião dos reviewers do que os fatos efetivamente demonstram. De todo modo, bastante interessante este review feito pelo Top Gear british no começo dos anos 90. Bem produzido, educadamente apresentado mas, convenhamos, ingleses não sabem nada sobre automóveis. Preocupam-se com a quantidade de plásticos no interior desse pequeno, charmoso e provocantemente vermelho BMW, como se isso não fosse uma atitude premonitória do fabricante sobre o futuro da maioria dos carros. E ousadamente comparam-no com outros hatches, esquecendo do sorriso que um pequeno carro de tração traseira estampa no rosto de seus condutores.

The Compact´s good but not that goooooooood.

He he he...

Tudo bem, espero que curtam bastante seus verões de dois dias.

Race car acelerado

Vocês lembram do despretensioso Escort que mostrei faz mais de dois anos, não?

Não.

Memória, HD, cartão e pen drive apagam fácil. Mas tá nesse link o post. Vale a pena ler antes de assistir o video a seguir, que é uma produção legal dos Acelerados (tem no Youtube. Vão procurar).

O próprio Andreas Matteis fala do carro. Muito legal. De verdade.



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Sebastian Vettel and Gerhard Berger at Red Bull Ring 2014

Tá, tá tá. Tão falando em alemão, eu sei. Mas vejam a dificuldade do jovem e multi campeão piloto em manejar um câmbio convencional. 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Reclame



Last Edition

Outro dia mostrei o Último dos Moicanos, que tá tendo uma vida digna. O dono o trata bem e só o leva para passear. Nada de trabalho, muito menos pesado.

Não é bem o caso da última edição da Kombi, que foi oferecida pelo fabricante basicamente para colecionadores e entusiastas da marca a preço bastante elevado.

Mas olha só o que o sempre alerta Leonardo Flach achou em São Luis do Maranhão:




Minha dúvida é se tá valendo a pena, financeiramente falando, o uso comercial desse bibelô levando em conta que foi oferecido inicialmente por 85.000 dinheiros. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

GP de Monaco, 1979

Os locais devem ver desse jeito a corrida no principado:

Segurança primeiro. Desde sempre

Muito legais esses videos da Ford Heritage. Já devo ter postado um ou outro, inclusive. Esse de agora é interessantíssimo por não tratar como barbaridade algumas atitudes que eram consideradas apenas inconvenientes.

Alá:

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Galaxy 500



You take the dog
I'll take the Galaxy 500
You get the cat
I get the couch you don't want anymore

You take the fish
I'll take the bowl
You take the dishes
While you're at it take my soul
But things ain't so bad
Cause i got a galaxy 500

You get the house
I get a cheap motel room
You get a friend
But that should not matter to me anymore
You have a date he's just a friend
I can't believe that this is the end
But things aint so bad
Cause I got a Galaxy 500
Galaxy 500 in a Galaxy 500
Galaxy 500

I'm in my own galaxy 1973
In my own galaxy
You probably would have wanted this too
But it's not air conditioned
No it's not air conditioned
No it's not air conditioned
No it's not air conditioned
It's not air conditioned
Open the trunk
All of my dirty laundry
All of my junk in the yard
And scattered out into the street
You have the thing with my old guitar
I can't believe that you took it this far
But things ain't so bad
Cause i got a Galaxy 500
Galaxy 500
In a Galaxy 500
Galaxy 500
In a galaxy 500

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Polvo en la vena



Dica do irriquieto Milton Pecegueiro Rubinho, que desconfio ser argentinófilo.

Pronello Ford Huayra 1969



Visto esse, vejam o video abaixo, com a devida explicação do autor do carro, mas por favor abstraiam Tommy Dorsey Orchestra de fundo.









N. do A.: Não acho material legal sobre carros de corrida brasileiros. Claro que tem e teve construtores aqui, como o Ferreirinha, Tony Bianco, Renato Peixoto, Norman Casari e Ricardo Aschar. No blog do Mestre Joca tem bastante info sobre esses caras e suas obras.

This I like


 

Slot car


Mecânica por Eduardo Façanha, carroceria de resina por Lellis Filho e pintura por Lineo Pestana.

Le Mans em P&B



Camden Thrasher. Tem site. É aqui e vale a visita.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Pur Sang

Vocês, avaliadores de carros antigos dedicados ao cargo, mais do que sabem que o manual do avaliador da Federação Brasileira de Veículos Antigos começa descrevendo ítens excludentes. A primeira lista de recomendações é justamente a que elenca os motivos que levam carros a não serem nem avaliados. É bater o olho, agradecer a visita do proprietário e dispensar os avaliadores auxiliares, o fotógrafo, o ajudante e a copeira que serve o café pra todo mundo. Mas o manual abre a possibilidade da avaliação das réplicas caso sejam licenciadas pelos fabricantes primários.

Considerei a relevância do assunto tendo em mente dois carros: o Envemo Super 90, réplica do Porsche 356C, e o Pur Sang, do qual falarei mais adiante, só que lembrei do MP Lafer, que pretende ser réplica do britânico MG TD de 1952 apesar da mecânica VW a ar.

Já vistoriei alguns Envemo que fizeram mais de 80 pontos e hoje circulam com placas pretas. Sei que os carros desse fabricante, apesar de não serem idênticos aos originais (são um pouco mais largos em função das bitolas maiores dos eixos do VW Brasilia, que lhe cede a mecânica), foram elogiados pelo fabricante original. Não sei se foram, todos, licenciados pelos fabricantes mas já vi Chamonix Super 90 e MP Lafer com placas pretas.

De todo modo dá pra considerar esses carros como qualquer outro de linha de produção mas isso não vem exatamente ao caso.

Lembram do Pur Sang? Olha ele aqui, apresentado por Jay Leno:


Um cara lá, nao o Jay Leno, explica por alto como o carro é fabricado. Os caras reproduzem inclusive o método como ele era feito. O capô do motor, por exemplo, não é estampado e sim modelado na roda inglesa (google aqui), os rebites são martelados e até os pneus são produzidos na fábrica, também similar à original Bugatti em Molsheim, França, que fazia manutenção nos Bugatti originais.

Essas réplicas do T35 são recentes e são passíveis de algumas concessões tais como ventilador elétrico para o radiador, ignição mais moderna e outros pequenos detalhes.

Mas você, avaliador, concederia aos donos essas réplicas o direito a circular com placas pretas daqui a trinta anos?

Gearhead

Hoje, quarta-feira, é dia de pastel de feira. É também dia do Jornal do Carro, um encarte dO Estado de São Paulo que fala exclusivamente, vejam só, de carros. Não é exatamente minha leitura predileta mas é o que temos para hoje, literalmente.

Editorialmente, segue a esmagadora maioria das publicações sobre carros (motos também) em língua portuguesa-br. Tem fotos bonitas na medida do possível e textos leves e de "fácil digestão". Coincidentemente são também rasos, pouco acrescentando aos releases distribuídos pelos fabricantes.

E não é difícil encontrar observações assim: "Outro senão é a sensação de perda de potência, pois a transmissão tem de trabalhar mais para virar o conjunto 'maior'." O contexto é a mudança do conjunto roda/pneu por outro com maior raio de rolagem.

Eu queria ver essa transmissão tendo que trabalhar mais...

Um gearhead quer ler isto:

 Clique na imagem para ver grande.

Nessa edição não sei de que ano da Hot VW, o projeto da capa é um motor VW capaz de fazer mais de 40 milhas por galão (façam aí a conversão pra saber quando dá em km/l). 

Todo mundo concorda comigo que o assunto VW a ar já poderia estar esgotado faz tempo, já que se escreve sobre isso desde os anos 30 do século passado, né? Mas não é o que vemos. 

A longa matéria, que não li inteira, confesso, inclui a minúcia do teste dinâmico do motor do projeto variando-se o avanço final do distribuidor.

É isso que um gearhead quer ler, afinal. Não é especialmente interessante saber que a textura do revestimento do carpete causa cócegas na sola dos pés e sim pra quanto cai ou sobe a temperatura do óleo em função do maior ou menor avanço da centelha em relação ao PMS.




N. do A.:
1. A revista mencionada é a Hot VWs Magazine, que tem versão digital: https://www.hotvws.com/
2. Apesar de não comprar, sei que a revista Fullpower chega perto do que gostamos de ler.
3. Existem sites imperdíveis para gearheads em português-br. Um deles é o excelente Autoentusiastas.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Ruteros



Weber no ataque

Câmera no teto, en la cola, no capacete (em primeira pessoa. Pffff...), mostrando os pés haciendo el punta-tacco... isso tudo já vimos. Mas e instalada em cima de um dos venturis do Weber?

Tem dois videos aí embaixo. No primeiro dá pra ver que a carburação tá acertadinha. No segundo eu chuto que a mistura tá meio rica e/ou o nível da bóia tá meio alto porque tem back fire quando o cara tira o pé do acelerador.

Alá:




terça-feira, 12 de agosto de 2014

Carros velhos, clubes e função social

Quem é interessado em hobbies geralmente encontra em revistas específicas a oferta de cursos e workshops de joalheria, bricolagem, fotografia, ikebana e tapeçaria, que são até corriqueiros.

Mas e quem gosta de carros antigos? Tem que se conformar com o autoditatismo e arcar ou com o alto custo do aprendizado ou com o alto custo de mão-de-obra competente?

Isso era assim antes que o Clube do Carro Antigo montasse em sua sede no Jabaquara uma escola de restauração. Alá:
 
Sala de aula teórica. Thais, a professora, falando sobre motor de partida.

Um dos ambientes das aulas práticas.

Administrativamente o Clube funciona do mesmo jeito que outras associações com o mesmo fim. É filiado à Federação Brasileira de Veículos Antigos, faz vistoria para pretendentes à placa preta, emite o certificado necessário à importação de carros colecionáveis.

Até aí, sem novidade.

Diferente é ter uma sede super legal e muito bem aparelhada e oferecer um curso de restauração de carros antigos bastante abrangente.

Ricardo Oppi, dono de conceituada oficina de restauração, é o encarregado do projeto, auxiliado pela minha querida amiga Thais Roland.

Oppi explica: "hoje as oficinas de reparação são mais focadas no rápido fluxo de trabalho, optando por trocar peças em vez de restaurá-las. E é justamente o aproveitamento das várias partes originais de um carro antigo que é, ou deveria ser, objeto de uma restauração criteriosa."

O critério se dá também pela divisão das tarefas: motor, câmbio, chassis (mais suspensão, freios e sistema de direção), funilaria e pintura e tapeçaria são tratados em módulos distintos.

O projeto tocado pela turma atual de alunos é a restauração de um VW Sedan 1978 que permaneceu por muito tempo na garagem de sua dona, na verdade viúva do antigo dono. O carro foi doado ao Clube do Carro Antigo e está sendo restaurado passo a passo sob a supervisão de Ricardo Oppi. Estive lá em duas oportunidades e fiquei bastante contente ao saber que as bandejas originais do chassis, já atacadas pela ferrugem, não foram trocadas completamente, como é de praxe mesmo em oficinas especializadas em restauração de mecânica VW a ar, Pumas inclusive. Apenas as partes muito atingidas foram cortadas e substituídas por remendos retirados, estes sim, de assoalhos novos.


  
Cortar o pedaço ruim, moldar o "buraco", cortar a parte a ser aproveitada do assoalho novo, soldar. Essas operações são pacientemente feitas com equipamentos novos e em grande parte doados por empresas interessadas no projeto.


 Ferramentas. Tem de tudo e tudo no seu lugar.

A organização não é só pras "visitas" verem. Tanto a oficina mecânica quanto a de pintura direcionam os líquidos inaproveitáveis para um reservatório grande o suficiente para ser esvaziado em períodos longos. Responsabilidade social faz parte desse projeto.

Na bancada, aula sobre carburadores. Lá no fundo um aluno segura o carburador Solex H30PIC do fusca. Manuais com medidas, parâmetros e especificações não faltam. O material de apoio é farto e bastante completo.



 Motor 1600 refrigerado a ar já medido pelos
 alunos e aguardando a visita à retífica.


 Motores doados à escola. Aí tem motor à gasolina
de trator da década de 30, V8 Flat Head, 
V8 302 moderno, CHT Formula  outros.
 
Entre os alunos, de boné branco, o mega boa gente Ricardo Oppi.


O mais legal, sem dúvida, é o projeto de inclusão social que o Clube do Carro Antigo promove, ao ensinar e encaminhar jovens de comunidades da região a oficinas de restauração. Não vi isso em nenhuma outra associação de donos de carros antigos até agora.

Não era pra ligar o carro nessa aula mas... motor montado, carburador recém revisado na aula que eu fotografei, combustível à disposição, bateria, tudo!

"Taca fire!"

He he he...

Tacaram mesmo.




Serviço:

www.clubedocarroantigo.org.br
Ricardo Oppi: ricardooppi@clubedocarroantigodobrasil.com.br
 

Resgatar, reviver, viajar


Muito melhor do que Top Gear (versão americana, pelo menos). Sem palhaçadas e sem trapalhadas. Peguei esse episódio a esmo do excelente Motor Trend Channel, onde o objetivo é caçar alguma coisa legal num ferro-velho gigantesco no interior da Califórnia, fazê-la funcionar e em seguida pegar estrada.

Mas já devo ter postado algo sobre Motor Trend, acho.


Thuderbirds do Espaço


Na minha visão científica da época, o único fato incongruente era o lançamento do Thunderbird 1, que implicava na movimentação de uma piscina. Só que eu sabia que a fumaça que saía das turbinas contaminava a água da piscina a cada lançamento por conta do óleo dois tempos misturado ao cobustível.

Porque turbinas eram muito similares a motores dois tempos, naquela época.  

Melhor série de TV, disparado.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

This I like


Dica do Heitor Nunes, que estudou em escola pública mas tem bom gosto.

Clementine Orange

"Irineu, tem dois fuscas velhos numa garagem faz uns quinze anos. Um deles é alemão e o outro é um cinquenta e três."

"HÃ? ME DÁ O ENDEREÇO! TÔ INDO AÍ!"

"Calma, calma. Vou falar com a dona dos carros antes pra saber se você pode vê-los."

Monica, velha amiga, deu o toque desses carros, o que me espantou porque o negócio dela é motocicleta, na verdade. Motocicleta e fotografia analógica.

O calma, calma levou quase um mês mas...


Quinze anos dentro de uma garagem:

Sim, bastante pó. Orelhas cromadas, mas tudo bem.

Clementine Orange. Pintura original.



1971, 1302S

Resumidamente, esse carro foi comprado pelo marido da atual proprietária nos Estados Unidos, onde morou por quatro anos, foi despachado para o Brasil num container, serviu ao dono por bons anos e depois foi colocado no local onde foi fotografado (por mim), onde ficou por quinze anos. 

O outro fusca (eram dois, lembram?) não é 1953. Eu tinha ido para arrematá-lo, caso fosse mesmo um split window.

Apesar de não gostar de novelas e seriados de qualquer espécie, esta história terá continuação em breve.




N. do A.:
Como eu disse, Monica é das motos e... não, eu não 
conheço ninguém absolutamente normal.



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Acessível

Ontem achei um documentário do Jean Manzon mostrando as dificuldades de transporte de São Paulo na década de 50. Isso, parece, não mudou muito. Mas mesmo assim é bem menos complicado o acesso ao local de trabalho do que o dos caras que dão plantão no farol de Kéréon no litoral da França. Alá: 


Aqui tem uma vista geral desse lugar:



A dica foi do sádico Roberto Minoru.

Got style?



Garimpado no excelente Petrolicius.

sábado, 2 de agosto de 2014

How It's Made - Model Racing Cars (Scalextric)

Outro dia postei alguma coisa sobre carrinhos Matchbox. Fuçando mais um pouco achei o documentário abaixo sobre a fabricação de slot cars (carrinhos de autorama, mas parece que não pode usar o termo autorama, que é de propriedade de alguém muito ciumento e bem calçado por bons, caros e agressivos advogados).

O mais impressionante, pra mim, é a impressão dos "adesivinhos" nas carrocerias nem sempre planas. Esse processo se chama tampografia.

Aliás, em breve mostro um projeto de slot cars com tema diferente do normal, sendo que o normal são os óbvios carros de corrida.


quinta-feira, 31 de julho de 2014

Segura na mão de deus e vai






Isso aconteceu em 1959, na Eau Rouge em SPA. O carro é um Porsche 718 RSK, uma das coisas mais lindas que já saíram de Zuffenhausen. 

Garimpo do sempre ocupado William Rotea.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Model Cars (1962)

Circulou durante o fim de semana nas redes sociais (já teve tempo que era nos grandes magazines...) filme mostrando a fabricação dos Matchboxes. Pra quem chegou na Terra depois dos anos 90, são carrinhos de metal na escala 1:64 bastante fiéis aos originais. 

Todo menino que se preza(va) tinha uma coleção deles. E não só deles, os Matchbox. Siku, Corgi, Schuco e os brasileiros Roly Toys também eram carrinhos legais. Os meninos que se prezavam muito mantiveram suas coleções dentro das caixinhas, que são valiosas e cobiçadas hoje, desde que acompanhadas de seus recheios originais.

Não foi o meu caso, infelizmente, que gostava de emular grandes acidentes que sempre terminavam em incêndios fenomenais, o que consumia meia dúzia de carrinhos por vez.

Alá como era a produção deles, os Matchboxes, na Inglaterra (caramba, lembro do cheiro deles quando novos até hoje!)



Só por curiosidade resolvi tentar saber como se fabricam hoje os carrinhos. Basicamente é a mesma coisa. 

Alá como é na China hoje:


quinta-feira, 24 de julho de 2014

1965 x 1995

Muito melhor do que a porcaria do Top Gear american version, a revista Motor Trend tem um canal de videos internéticos interessante e engraçado. 

No episódio aí embaixo, um improvavel comparativo entre dois sedans de duas portas. 

Eles chamam de coupés e eu de sedans. Mas isso não faz muita diferença.

Adivinhem só quem ganhou o comparativo.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

O Último dos Moicanos

Sempre tem o mimimi da comprovação por domumentos mas até agora ninguém apareceu mostrando carro com numeração de produto mais alta do que esse Puma P-018, que até prova em contrário é o último fabricado pela Puma na Avenida Presidente Wilson, 4385.

Se você gosta de carros antigos e tá chegando agora de Júpiter, esse endereço é da Puma, a fábrica.

Alá a plaqueta dele:

Essa plaqueta pode ser encontrada em branco, sem nada gravado. 
Eu já ví pra vender.

Quinquagésimo primeiro P-018 produzido. Foi longe, a Puma. Nessa época eu já tinha um Gol GT, que era mais barato, muito mais rápido que o P-018 e também encarava os Puma GTB (os de seis cilindros GM) originais. O terceiro detentor da marca Puma, a Alfa Metais (o segundo foi a Araucária Veículos. Esse relato cronológico pode ser visto aqui) passou a equipar o P-018, então chamado de Puma AM3, com motores refrigerados a água da VW, mas isso é outra história.

Esse exemplar tem certificação do Rossato. Como é comum acontecer com alguns carros antigos, uma das notas pitorescas dos Puma é o fato de todos os registros de todos os carros fabricados terem ficado com ele. O proprietário que quiser ter certeza do que tem ou do que está comprando pode entrar em contato e solicitar o certificado mediante módica quantia.

He he he...

Mas isso pode ser útil ou na restauração ou em casos extremos como o do P-018 do Roberto Minoru, tido como o último de sua espécie, como comprovação documental. Se bem queo número do produto gravado em todas as partes da carroceria já é documento hábil. Pelo menos pra mim.


Essa etiqueta de alumínio tem que estar em cada parte da carroceria
de cadaunidade produzida. Obviamente que todas as partes devem
ter o mesmo número.

O carro é esse aqui:



N. do A.: Cêis sabem, né? A Puma é a fábrica e O Puma é o carro.

sábado, 19 de julho de 2014

Dois tempos

Um carro de corrida é tão bom quanto a preparação que tem embarcada. E só. Quase qualquer carro acaba ficando rápido se for montado com critério e bom senso. Tem até uma Kombi taxi que usa mecânica Porsche que faz de sparring muito carro esportivo de boa griffe.

Mas o caso agora é de um carro que deixou de ser fabricado em 1967 e deixou de participar de competições oficialmente um pouco antes disso. Esteve em autódromos tanto de asfalto como de terra por um bom tempo ainda, nos rincões do sul do país.

Um conhecido jornalista carioca radicado em São Paulo líricamente usou um DKW nas corridas da Classic Cup por algumas temporadas até substituí-lo por um... Lada.

Critério e bom senso, sempre.

Mas em visita a famoso e conceituado preparador paulistano fui apresentado a um DKW de corrida nada lírico.

Edimar Della Barba, o mago da preparação dos motores VW refrigerados a ar, ataca motores tricilídricos a dois tempos com a mesma volúpia.

Alá:

Coletor de escape artesanalmente feito. Coisa de joalheiro.

Motor montado bem mais baixo do que o original de fábrica.

Caixa de marchas do Gol com motor refrigerado a ar.

Refrigeração ainda a termo sifão, só que com alguns upgrades.

A alavanca no assoalho (originalmente na coluna de direção) e o varão de
acionamento ainda estão na versão "rascunho".

Suspensão original, modificada. Ainda usa o feixe de molas transversal.

Como em todo produto com a griffe Della Barba, acabamento impecável. 

Perfís de alumínio dobrados como se fossem finos origamis.