Num Gol 1.6 com motor refrigerado a ar idêntico a esse aí de cima eu me sentia bem, ergonomicamente falando, depois de ter dado uma das minhas famosas mega porradas de moto. O critério da escolha não foi pelo desempenho mas sim pela facilidade de acesso, disposição dos comandos e conformação do banco do motorista.
Mas o tempo passou, eu sarei e o Jornal da Tarde publicou uma matéria mega interessante no caderno de esportes. O Expedito Marazzi, dono do Curso Marazzi de Pilotagem, ia promover corridas para alunos e ex-alunos com carros de rua sem modificações tendo motores de até 1.800 cc.
Telefonei pra ele pra confirmar isso e era verdade. Resumindo, eu ia correr com meu Gol contra carros bem mais potentes.
Mas eu não me lembro muito bem dessa primeira corrida na categoria Aspirantes, a não ser que a largada foi montada a critério do Expedito, e ele me botou lá atrás do grid, além do vigésimo lugar, que a corrida terminou já sem luz do sol, que eu passei gente pra caramba de qualquer jeito e que terminei em oitavo lugar. Perguntei ao jornalista, brother, ex-instrutor do Curso Marazzi e mega boa gente Claudio Reis se lembrava de alguma coisa sobre essa corrida e...
Ele conta:
Ele conta:
Claro que lembro…hehehe
Aquela prova era meio maluca. Era a primeira prova de Aspirantes da história, uma categoria que acabou redundando na Turismo N, que não existia. A ideia foi minha, do Julinho e do Milton Vieira (os três instrutores de então) e do Marazzi.
Os carros eram de rua, sem santo-antonio e qualquer ítem de segurança. Eram admitidos quaisquer carros, até 2 litros e os drivers eram (quase) todos alunos do Curso Marazzi de Pilotagem. O “quase” ficou por minha conta, que entrei de bicão no grid, com meu Voyage 1.6.
Fiquei com a pole, ladeado por um Monza 2.0 Fase 2 zerinho, do Albert Nokleber – que era ex-socio do Ney Faustini -. Depois da largada caí para terceiro, atrás do Monza zerinho (e indisfarçavelmente “mexido”) e de um Escort XR3, que não lembro de quem era. Algumas voltas depois já colocávamos uma volta no pelotão da merda. Foi ai que vi, na saída da Curva 2, um Golzinho doido que vinha fazendo diabruras e fechando todo mundo. Era um cara que era a fuça do Ayrton Senna, um dos novos alunos com quem simpatizara de cara, pois era bom de papo e meio maluco…
Na passagem fiz sinal para colar no meu carro e vir no vácuo. O Golzinho veio na bota por um tempo, mas, claro, não conseguiu acompanhar.
O tal do Nokleber queria vencer a todo custo – ele tinha uma certa desavença com o Faustini e queria mostrar que também era bom piloto – e forçava muito. Acabou errando na entrada da Curva do Sol e saiu capotando varias vezes para a parte de dentro da pista. Como eu estava lá de inxerido (e já tinha corrido na Hot Car com meu Opala), freei forte e parei para socorrer o cara. Naquele tempo não tinha JP Salva e serviço médico. Como os carros não tinham santo-antonio ne preocupei e resolvi socorrer o cara. A capota virou uma pizza e colou no alto da folha de porta… Só tinha um espacinho de nada, onde vi o cara lá dentro. Consegui abrir a porta e tirar o “Betão” de lá, coloquei no meu carro e levei para os boxes…
Claro, o Ambulatório estava fechado com corrente e cadeado! Limpei as feridas do cara com álcool do meu tanque de combustível. Sorte que era pouca coisa. A corrida acabou e não vi quem ganhou. Acho que foi outro Monza, de um tal de Eduardo. De repente entrou um cara correndo no meu box, com uma baita galera atrás dele e se escondeu atrás de mim, pedindo para eu ajudar e não baterem nele…hahaha Era o piloto do Golzinho a ar, que tinha esbanjado trancadas na pista… Lembra disso?
Sim, Claudio. Lembro disso e sou eternamente grato. Esse Golzinho a ar foi devidamente preparado e chegou a ganhar uma corrida, mais adiante. E depois ainda quase matei meu primo.
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